quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Só ele sabe...

Estava na época do Carnaval! Ela não lhe dizia nada desde dia 1 de Janeiro. Ela bem sabe todo o esforço que fez para aguentar não lhe dizer nada durante um mês e tal... Mas naquela noite ela não resistiu mais e mandou-lhe uma sms "Estás xateado comigo? Parece...". Desta vez ele respondeu rapidamente, no entanto a resposta foi "Não não estou xatiado porque é que perguntas?". Ela ficou a olhar para sms com cara de PARVA. A resposta que ele tinha dado era seca e muito fria. Mas porque é que ele estava assim?

Apesar disso, ela mandara-lhe nova sms "Porque não dizes nada há bué tempo..." e como o desejo por ele ainda permanecia, terminou a sms dizendo "espero que esteja tudo bem contigo. bj". À qual ele respondera da mesma forma que a anterior proferindo "Está tudo bem e contigo?".

Ela não lhe respondera imediatamente pois ficara triste por ele estar a falar daquela forma para ela. Antes nunca lhe falara assim. Ela não o percebia, mas não o conseguia esquecer. Ela gostava muito muito dele, mas até quando, se ele continuar assim? Até quando ele vai ficar assim com ela? Para sempre? Só ele sabe...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

A MENTIRA!!!

A mentira é tão frequentemente utilizada que o seu sentido ultimamente parece tender a ser banalizado. Segundo as estatísticas (citadas por Roque Theophilo), mentimos cerca de 200 vezes por dia e em média uma vez por cada 5 minutos.
Começando pelos falsos elogios - p.ex, essa saia fica-te mesmo bem -, passando pelas desculpas "esfarrapadas" - p.ex., não pude fazer os trabalhos de casa porque faltou a luz - ou pelas mentiras descaradas, chegam mesmo existir casos em que os pais, que parecem tão preocupados quando os filhos mentem, os incitam a mentir - p.ex. quando lhes pedem para dizer que eles não estão em casa.
A mentira pode surgir por várias razões:
=> é receio das consequências (quando tememos que a verdade traga consequência negativas)
=> é insegurança ou baixa de auto-estima (quando pretendemos fazer passar uma imagem de nós próprios melhor do que a que verdadeiramente acreditamos)
=> é por razões externas (quando o exterior nos pressiona ou por motivos de autoridade superior ou por co-acção)
=> é por ganhos e regalias (de acordo com a tragédia dos comuns, se mentir trás ganhos vale a pena mentir já que ficamos em vantagem em relação aos que dizem a verdade)
=> ou por razões patológicas.

Nos estados neuróticos, a mentira pode surgir com base numa incapacidade da consciência aceder a factos recalcados e que se encontram no nosso inconsciente, ou por problemas de auto-estima e auto-imagem que despoletam a necessidade de fazer passar uma auto-imagem melhor do que a que acreditamos ter.
Nas psicoses, a mentira surge na forma de delírio, uma descrição que as próprias pessoas admitem como verdadeira, apesar do seu aspecto frequentemente bizarro, devido a uma quebra de contacto com a realidade
A mentira pode ainda surgir como uma dependência, quando dita de uma forma compulsiva. Os dependentes da mentira sabem que estão a mentir mas não se conseguem controlar, num processo que surge de uma forma muito semelhante ao do vício do jogo ou à dependência de álcool ou de drogas.
Esta incapacidade em controlar os impulsos é causadora de um sofrimento nítido razão pela qual deve ser alvo de tratamento. Nos dependentes da mentira, o primeiro passo a dar consiste em assumir que existe um problema e de seguida procurar ajuda para esse mesmo problema. A nível da abordagem terapêutica o tratamento passa geralmente pela realização de uma terapia psicológica.
Por estas razões grande parte das provas psicológicas apresentam formas de controlar a veracidade das respostas quer a partir da própria atitude do sujeito a analisar quer mesmo através de índices de consistência interna, teste-reteste ou confrontação com familiares e amigos próximos. Entre estas formas de dissimulação revela-se frequentemente também averiguar até que ponto as simulações surge de forma consciente ou inconsciente relativamente ao sujeito.