quinta-feira, 18 de setembro de 2008

George Bush ou a idade da mentira

"Pergunto-me como e porquê Estados Unidos, um país em tudo grande, tem tido, tantas vezes, tão pequenos presidentes. George Bush é talvez o mais pequeno de todos eles. Inteligência medíocre, ignorância abissal, expressão verbal confusa e permanentemente atraída pela irresistível tentação do puro disparate, este homem apresentou-se à humanidade com a pose grotesca de um cowboy que tivesse herdado o mundo e o confundisse com uma manada de gado. Não sabemos o que realmente pensa, não sabemos sequer se pensa (no sentido nobre da palavra), não sabemos se não será simplesmente um robot mal programado que constantemente confunde e troca as mensagens que leva gravadas dentro. Mas, honra lhe seja feita ao menos uma vez na vida, há no robot George Bush, presidente dos Estados Unidos, um programa que funciona à perfeição: o da mentira. Ele sabe que mente, sabe que nós sabemos que está a mentir, mas, pertencendo ao tipo comportamental de mentiroso compulsivo, continuará a mentir ainda que tenha diante dos olhos a mais nua das verdades, continuará a mentir mesmo depois de a verdade lhe ter rebentado na cara. Mentiu para fazer a guerra no Iraque como já havia mentido sobre o seu passado turbulento e equívoco, isto é, com a mesma desfaçatez. A mentira, em Bush, vem de muito longe, está-lhe no sangue. Como mentiroso emérito, é o corifeu de todos aqueles outros mentirosos que o rodearam, aplaudiram e serviram durante os últimos anos.
George Bush expulsou a verdade do mundo para, em seu lugar, fazer frutificar a idade da mentira. A sociedade humana actual está contaminada de mentira como da pior das contaminações morais, e ele é um dos principais responsáveis. A mentira circula impunemente por toda a parte, tornou-se já numa espécie de outra verdade. Quando há alguns anos um primeiro-ministro português, cujo nome por caridade omito aqui, afirmou que “a política é a arte de não dizer a verdade”, não podia imaginar que George Bush, tempos depois, transformaria a chocante afirmação numa travessura ingénua de político periférico sem consciência real do valor e do significado das palavras. Para Bush a política é, simplesmente, uma das alavancas do negócio, e talvez a melhor de todas, a mentira como arma, a mentira como guarda avançada dos tanque e dos canhões, a mentira sobre as ruínas, sobre os mortos, sobre as míseras e sempre frustradas esperanças da humanidade. Não é certo que o mundo seja hoje mais seguro, mas não duvidemos de que seria muito mais limpo sem a política imperial e colonial do presidente dos Estados Unidos, George Walker Bush, e de quantos, conscientes da fraude que cometiam, lhe abriram o caminho para a Casa Branca. A História lhes pedirá contas."

José Saramago


sexta-feira, 11 de julho de 2008

Impossivel?

Gosto de ti. Porquê não sei. Já parece a letra de uma música, da qual não me lembro do autor nem do ritmo. O meu coração sente algo por ti que nunca sentiu por ninguém. Que posso fazer? Tenho medo do que sinto, devido às regras morais… devido ao meu superego… Eu desejo-o, SINTO-O! Aposto que ele não sente o mesmo por mim. Mas não tenho a certeza. Nunca lhe perguntei. Mas devia. Neste momento estou com vontade de lhe mandar uma sms a dizer “Estou cheia de SAUDADES tuas!! =)@@ Gosto de ti =)” Eu sei que ele sente algo por mim, nem que seja só atracção física… O pior é isso é não saber o que verdadeiramente ele sente, mas ele também não sabe o que eu sinto… Da próxima vez que tiver com ele vou ter que conseguir dizer. Não posso fugir mais. Vai ser melhor para mim. Gosto mesmo dele. Passou-se um ano e ainda me lembro que ele existe. Nunca me aconteceu antes. Devo estar a ficar maluca. Detesto dizer o que sinto, digo sempre o contrário do que estou a sentir. É muito difícil dizer AMOR, é difícil dizer GOSTO DE TI, é difícil dizer ADORO-TE, é difícil dizer SAUDADE, é difícil VIVER.
Raro é o dia que me deito e acordo sem pensar nele. Existem tantos rapazes, e porque teve que ser ele? Porquê alguém que está tão longe? Porque alguém como ele?
Este tema não me põe deprimida ou qualquer outro sentimento de tristeza, apenas me põe pensativa. Muito pensativa. Reflicto durante algum tempo e só consigo chegar à única conclusão que neste momento não é o que quero… Eu agora quero estar com ele: conviver, namorar, brincar, divertir-me, quem sabe até fazer o belo “DO AMOR” já dizia o meu amigão David… No entanto, só consegui concluir que este é um AMOR DE VERÃO, um AMOR IMPOSSIVEL e nada mais do que isso…
Apesar de tudo isto tenho esperança que um dia consigamos estar juntos…


GOSTO DE TI @@@@@@@****** =)

domingo, 29 de junho de 2008

Lisboa!!

"Se os metropolitanos são comboios cegos ao mundo, este que agora me leva parece recusar-se a isso. Transporta-me em solidão fechada, é certo. Mas a cada paragem vai-me lembrando a cidade a que pertenço e a arte que a habita para lá deste percurso que lhe corre nas entranhas."


José Cardoso Pires in Lisboa Livro de Bordo (vozes, olhares, memorações)


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Só ele sabe...

Estava na época do Carnaval! Ela não lhe dizia nada desde dia 1 de Janeiro. Ela bem sabe todo o esforço que fez para aguentar não lhe dizer nada durante um mês e tal... Mas naquela noite ela não resistiu mais e mandou-lhe uma sms "Estás xateado comigo? Parece...". Desta vez ele respondeu rapidamente, no entanto a resposta foi "Não não estou xatiado porque é que perguntas?". Ela ficou a olhar para sms com cara de PARVA. A resposta que ele tinha dado era seca e muito fria. Mas porque é que ele estava assim?

Apesar disso, ela mandara-lhe nova sms "Porque não dizes nada há bué tempo..." e como o desejo por ele ainda permanecia, terminou a sms dizendo "espero que esteja tudo bem contigo. bj". À qual ele respondera da mesma forma que a anterior proferindo "Está tudo bem e contigo?".

Ela não lhe respondera imediatamente pois ficara triste por ele estar a falar daquela forma para ela. Antes nunca lhe falara assim. Ela não o percebia, mas não o conseguia esquecer. Ela gostava muito muito dele, mas até quando, se ele continuar assim? Até quando ele vai ficar assim com ela? Para sempre? Só ele sabe...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

A MENTIRA!!!

A mentira é tão frequentemente utilizada que o seu sentido ultimamente parece tender a ser banalizado. Segundo as estatísticas (citadas por Roque Theophilo), mentimos cerca de 200 vezes por dia e em média uma vez por cada 5 minutos.
Começando pelos falsos elogios - p.ex, essa saia fica-te mesmo bem -, passando pelas desculpas "esfarrapadas" - p.ex., não pude fazer os trabalhos de casa porque faltou a luz - ou pelas mentiras descaradas, chegam mesmo existir casos em que os pais, que parecem tão preocupados quando os filhos mentem, os incitam a mentir - p.ex. quando lhes pedem para dizer que eles não estão em casa.
A mentira pode surgir por várias razões:
=> é receio das consequências (quando tememos que a verdade traga consequência negativas)
=> é insegurança ou baixa de auto-estima (quando pretendemos fazer passar uma imagem de nós próprios melhor do que a que verdadeiramente acreditamos)
=> é por razões externas (quando o exterior nos pressiona ou por motivos de autoridade superior ou por co-acção)
=> é por ganhos e regalias (de acordo com a tragédia dos comuns, se mentir trás ganhos vale a pena mentir já que ficamos em vantagem em relação aos que dizem a verdade)
=> ou por razões patológicas.

Nos estados neuróticos, a mentira pode surgir com base numa incapacidade da consciência aceder a factos recalcados e que se encontram no nosso inconsciente, ou por problemas de auto-estima e auto-imagem que despoletam a necessidade de fazer passar uma auto-imagem melhor do que a que acreditamos ter.
Nas psicoses, a mentira surge na forma de delírio, uma descrição que as próprias pessoas admitem como verdadeira, apesar do seu aspecto frequentemente bizarro, devido a uma quebra de contacto com a realidade
A mentira pode ainda surgir como uma dependência, quando dita de uma forma compulsiva. Os dependentes da mentira sabem que estão a mentir mas não se conseguem controlar, num processo que surge de uma forma muito semelhante ao do vício do jogo ou à dependência de álcool ou de drogas.
Esta incapacidade em controlar os impulsos é causadora de um sofrimento nítido razão pela qual deve ser alvo de tratamento. Nos dependentes da mentira, o primeiro passo a dar consiste em assumir que existe um problema e de seguida procurar ajuda para esse mesmo problema. A nível da abordagem terapêutica o tratamento passa geralmente pela realização de uma terapia psicológica.
Por estas razões grande parte das provas psicológicas apresentam formas de controlar a veracidade das respostas quer a partir da própria atitude do sujeito a analisar quer mesmo através de índices de consistência interna, teste-reteste ou confrontação com familiares e amigos próximos. Entre estas formas de dissimulação revela-se frequentemente também averiguar até que ponto as simulações surge de forma consciente ou inconsciente relativamente ao sujeito.